Independência e Verdade

Chocolate de origem consolida agenda econômica na Bahia em Festival




 

A crise que abateu a cacauicultura na região em 1989 levou os produtores a buscar alternativas, como foi o caso do Fernando Botelho, de 77 anos. “Tivemos de demitir todos os 120 funcionários e fazer financiamentos na tentativa frustrada de recuperar totalmente a lavoura. Perdi alguns imóveis e uma fazenda”, conta o cacauicultor. Sua filha, a engenheira Patrícia Viana Lima lembra: “Começamos a fazer polpa e geleia de cacau na cozinha da minha mãe”.

A vassoura-de-bruxa marcou a história de centenas de produtores. Depois 30 anos, sentem o crescimento do setor, e a família Botelho, da Chocolate Modaka celebram o crescimento da sua marca de chocolate e outros derivados do cacau orgânico. Modaka e mais 69 produtores de chocolate de origem, de um total de 170 expositores, ocuparão o pavilhão de feiras do 11° Festival Internacional do Chocolate e Cacau, entre os dias 18 e 21 de julho, no Centro de Convenções de Ilhéus.

O beneficiamento da amêndoa foi a saída encontrada para a derrocada da produtividade. “Há 11 anos reunimos consumidores, especialistas e produtores nesse evento, uma grande oportunidade para discutir a industrialização, a verticalização da produção e, consequentemente, a melhoria da qualidade das amêndoas de cacau selecionado e produto final elaborado”, pontua o empresário Marco Lessa, idealizador do festival.

Durante quatro dias, além da venda de chocolates e outros derivados do cacau selecionado, o Festival promove experiências sensoriais, exposições históricas e artísticas, cursos de capacitação, workshops, debates sobre temas do setor e palestras ministradas por especialistas internacionais, além de contribuir diretamente para o crescimento vertiginoso desse mercado na região, tornando-se um marco na história recente do sul da Bahia.

Novidades – O visitante cruzará o Túnel Cabruca, simulação cenográfica e sensorial de uma plantação de cacau sob a sombra da Mata Atlântica. Entre os destaques desta edição está a Cozinha Show, com workshops de confeitaria e gastronomia à base de chocolate ministrados por grandes chefs do Brasil. Além disso, Fórum do Cacau e o Chocoday trazem palestras proferidas por especialistas nos respectivos temas cacau e chocolate.

O Festival agrega ainda espaço de recreação e minicursos de confeitaria para crianças, a Cozinha Kids, e exposição de bolos confeitados e esculturas de chocolate no Ateliê do Chocolate. Os ingressos custam R$ 10 (meia-entrada R$ 5 para estudantes). Os workshops Cozinha Show custam R$ 25 cada, já as palestras Fórum do Cacau ou Chocoday saem por R$ 50. Na compra de qualquer um dos itens da programação, o visitante ganha o ingresso para a feira.

Para garantir a vaga com antecedência, os interessados podem realizar a compra dos bilhetes no sitewww.chocolatfestival.com. Crianças com até 10 anos de idade não pagam entrada. Todos os resíduos recicláveis produzidos pelo evento serão destinados à reciclagem graças a parcerias com o Grupo de Amigos da Praia (GAP) e a Cooperativa de Catadores Consciência Limpa de Ilhéus (Coolimpa).

Atualmente, a Bahia lidera o ranking de produção de cacau no País, com mais de 200 mil toneladas produzidas entre 2017 e 2018. Voltado para consumidores e profissionais da área, o Chocolat Bahia Festival atrai anualmente milhares de visitantes, marcando o calendário turístico do Estado e firmando o sul da Bahia como principal região produtora de chocolate de origem do Brasil.

O Festival conta com a parceria do Governo da Bahia e apoio financeiro do Fundo de Cultura, assim como da Prefeitura Municipal de Ilhéus, Sebrae, Governo do Pará, Chocolates Harald e Sicredi. O evento também tem apoio institucional da CEPLAC, Instituto Biofábrica, UESC, GAP, entre outras instituições. O Chocolat Bahia é uma realização da MVU Eventos, detentora da marca para o Brasil e exterior.

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