Independência e Verdade

GREVE DOS SERVIDORES CONTINUA EM ILHÉUS



Servidores em assembleia (Foto: Ascom APPI)

Trabalhadores de todas as categorias de servidores públicos municipais de Ilhéus decidiram na manhã desta segunda-feira (29) permanecer em greve por tempo indeterminado e durante toda a semana estarão realizando mobilizações pela cidade.

Nesta terça-feira os servidores estarão mais uma vez mobilizados em frente ao Palácio Paranaguá, aguardando que o governo municipal apresente uma proposta de reajuste salarial.

Já os trabalhadores em educação da rede municipal realizarão uma assembleia também nesta terça-feira, às 8 horas da manhã, no plenário da Câmara de Vereadores, para avaliar o movimento de paralisação e deliberar sobre novas ações que serão adotadas nos próximos dias pela categoria.

Logo após a assembleia os trabalhadores em educação estarão se unindo aos demais servidores para juntos realizarem o ato público em frente à Prefeitura. Os trabalhadores não descartam a possibilidade de realizar uma nova passeata pelas ruas do centro da cidade para esclarecer a sociedade sobre os motivos da paralisação. (Informações da Ascom APPI)

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Um comentário:

  1. Emílio Gusmão
    Ao ler um artigo sobre Antonio Gramsci, filósofo e teórico marxista cuja clarividência de suas teorias se constitui, ainda hoje, num legado reflexivo importantíssimo, deparei-me com este pensamento: “Negligenciar e desprezar os movimentos ditos espontâneos, ou seja, renunciar a dar-lhes uma direção consciente, a elevá-los a um patamar superior, inserindo-os na política, pode ter consequências sérias e graves. (…) Uma crise econômica determina, por uma lado, descontentamento nas classes subalternas e movimentos espontâneos de massa, e, por outro, complôs de grupos reacionários que exploram o enfraquecimento objetivo do governo para tentar golpes de Estado.”
    Fixei meu pensamento na crise política que tomou conta de Ilhéus nos últimos dias, envolvendo o Movimento Reúne Ilhéus, os sindicatos dos servidores municipais em greve e o acuado governo do prefeito Jabes Ribeiro.
    Como um simples analista, posso até estar enganado, mas, pelo que me parece, só resta ao Prefeito de Ilhéus um caminho: transigir, ouvir, ceder e reconhecer os contrários a partir de um diálogo intenso e amplamente democrático.
    Jabes deve reduzir a contratação de mão de obra terceirizada como forma de reduzir as despesas com pessoal. Os servidores municipais que atuam na limpeza pública estão dispostos a assumir a coleta de lixo, desde que, o município assuma todos os encargos e obrigações trabalhistas, além de locar os caminhões. Esse acordo pode ser feito numa ampla discussão com a sociedade. Dessa forma, o sindicato assumirá parte da responsabilidade numa eventual crise no serviço. Se o governo honrar sua parte, não restará aos servidores outro caminho que não seja o cumprimento do acordo.
    Recentemente, a prefeitura firmou contrato com uma empresa de iluminação pública que vai fornecer lâmpadas e eletricistas. A mão de obra prevista no contrato é desnecessária, pois o quadro de servidores dispõe de profissionais habilitados para esse serviço.
    A interrupção desses dois contratos (lixo e iluminação pública) acabaria com a nuvem de desconfiança sobre eles, haja vista que duas, das três empresas envolvidas, foram criadas recentemente. Eliminaria a impressão de que elementos importantes do governo teriam interesses “anormais” pela continuidade da terceirização.
    O prefeito precisa explicar a inclusão de gastos com procedimentos de alta e média complexidade (na área de saúde) nas despesas com pessoal. Os sindicatos insistem nessa tecla e o governo até agora não deu explicações razoáveis.
    Jabes deve reduzir despesas com cargos comissionados, eliminar funções desnecessárias, reduzir os vencimentos dos secretários e o próprio.

    Se esses moradores decidirem rumar à Praça J.J. Seabra, Jabes Ribeiro, ainda mais acuado, não terá outro caminho a não ser renunciar. É impossível comandar uma cidade em que os cidadãos não reconhecem a autoridade do alcaide e ainda colocam sua integridade física em risco (atitude desnecessária e lamentável).
    Ainda há uma saída para Jabes.
    Primeiro, deve esquecer a interpretação equivocada que faz dessa frase de Maquiavel: “pois um homem que, sob todos os aspectos, quiser levar adiante apenas o emprego da bondade, estará propenso a ficar arruinado em meio a tantos que são maus”.
    Ele deve seguir o conselho de Gramsci e reconhecer os movimentos. Daí em diante, deverá reiniciar seu governo com ampla transparência e democracia, dirimir todas as dúvidas relacionadas ao orçamento do município e dividir responsabilidades com os manifestantes.

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