Ao todo, 26 pessoas e empresas estão sendo investigadas por sua participação em um esquema de corrupção que desviou recursos provenientes do dízimo doado pelos fiéis
Informações: Rede Gazeta
Às 6h de segunda-feira, policiais militares e federais realizaram busca no Presbitério da Maranata, em Vila Velha-ES.
Toda a cúpula da Igreja Cristã Maranata – incluindo seu presidente, Gedelti Gueiros – foi afastada e está proibida de entrar nas áreas administrativas da instituição. Ao todo, 26 pessoas e empresas estão sendo investigadas por sua participação em um esquema de corrupção que desviou recursos provenientes do dízimo doado pelos fiéis. Estimativas iniciais da própria igreja indicam que o rombo pode ultrapassar os R$ 21 milhões.
Os envolvidos no esquema – pastores e diáconos – tiveram ainda os bens bloqueados, e foi determinada a quebra de seus sigilos bancário e fiscal. A decisão é da Vara de Inquéritos Criminais de Vitória, que atendeu a um pedido do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual.
Operações
Na manhã desta seunda-feira (26), o Gaeco, com o apoio de 72 policiais militares, realizou a busca e apreensão determinada pela Justiça, de documentos e equipamentos em setores da Maranata. O alvo principal foi o Presbitério, localizado em Vila Velha, e que concentra o comando da igreja no mundo.
Foram ainda vistoriadas a Fundação Manoel dos Passos Barros, na Serra, e os Manains de Cariacica, Vila Velha, Serra e Domingos Martins. Não escaparam nem mesmo empresas que prestavam serviços para a igreja, como a Econtábil, de Leonardo Alvarenga, que, além de diácono, era o contador da igreja no país.
Além do Gaeco – cuja operação foi denominada "Entre Irmãos" –, a Polícia Federal fez busca e apreensão nos mesmos locais. As duas operações têm o objetivo de obter mais provas para as investigações iniciadas em fevereiro deste ano. As apurações já apontavam o envolvimento da cúpula da igreja no desvio do dízimo. O golpe era viabilizado por notas fiscais frias, que permitiam a retirada de valores do caixa da igreja. Elas eram emitidas por fornecedores do Presbitério da Maranata com valores superfaturados, bem acima do cobrado pelo serviço. Há indícios de que empresas foram criadas – em nome de laranjas – para essa finalidade.
O dinheiro desviado era destinado a pastores e até a funcionários. Há suspeitas de que o dinheiro era utilizado na compra de imóveis, em pagamento de contas pessoais e na compra de dólares, enviados para o exterior na mala dos fiéis.
Outra saída do caixa investigada pela Polícia Federal é a compra de equipamentos eletrônicos no exterior para o sistema de videoconferência sem pagamento de impostos.
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