Terminou sem acordo a primeira audiência de mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) com os servidores e representantes da Prefeitura de Ilhéus. Com isso, a greve de 20 dias continuará, pelo menos, por mais uma semana.
O encontro ocorreu na sede da Procuradoria do MPT em Itabuna. Tanto o procurador Otávio Augustus Carmo quando o secretário da Administração, Ricardo Machado, sustentaram que é “zero” a chance de reajuste ao funcionalismo.
O encontro foi mediado pela procuradora do Trabalho Cláudia Soares e teve a participação de representantes de cinco sindicatos, que cobram reajuste de 5,84%.
A procuradora do Trabalho criticou o governo municipal por condicionar a possibilidade de reajuste à realização de auditoria e à intervenção do MPT e de outros órgãos, a exemplo da OAB (advogados).
Para ela, a proposta do prefeito Jabes Ribeiro é tentativa de “transferir responsabilidade própria do ente municipal de administrar suas finanças e realizar as medidas necessárias ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal”.
A crítica foi feita quando os representantes do município convidaram o MPT a participar de comissão para averiguar os índices de gasto com pessoal. O governo alega não ter como conceder reajuste, pois os gastos com a folha abocanhariam cerca de 68% da receita.
Os sindicatos estimam que esse gasto não ultrapassa 55%. Houve crítica, por parte dos sindicalistas, a licitações irregulares ou dispendiosas na iluminação pública e na coleta de lixo. Outro ponto no qual se concentraram as críticas foi a criação de vários cargos comissionados com valores acima dos praticados pelo governo anterior.
Texto:Pimenta
Imagem: Dino Rocha
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