Horas depois de acenar com a bandeira branca, pedir para "zerar tudo" e firmar, definitivamente, um pacto com a cidade, o prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, partiu para a guerra contra os servidores, que mantiveram a greve mesmo diante do apelo da autoridade municipal. "O pacto com Ilhéus está feito. Falta o pacto com os servidores", disse durante entrevista, hoje pela manhã, ao radialista Vila Nova. Depois alfinetou. "Hoje a educação do município é uma brincadeira, uma coisa terrível. Junho, metade do mês assembléia, paralisação e enforcamentos. O anúncio da greve agora foi só para oficializar o que já vinha acontecendo", afirmou.
Jabes anunciou que, em função deste entrave, vai cortar o salário dos dias não trabalhados. O prefeito disse ter identificado um "conteúdo político" na postura dos servidores para desestabilizar o governo. "Tem gente dizendo que Jabes que se acabe. Mas não sou eu quem vai se acabar", disse. Para o prefeito de Ilhéus quem hoje manda nos servidores públicos são os sindicatos. E mirou, novamente, nos professores: "Pro interior ninguém quer ir".
O prefeito de Ilhéus afirma que tem feito um esforço enorme para não demitir 700 servidores. "Tenho feito um esforço imenso para não chegar a eles. Na empresa privada se faz um acerto, se faz uma articulação e resolve o problema. Na empresa pública, não. Estabilidade quer o salário no final do mês e pronto", afirmou. E foi, mais uma vez, enfático: proposta de aumento é zero. "Não tem o que discutir", completou.
"Não querem a oportunidade que a cidade tem para avançar. Única saída é estarmos todos juntos", continuou Jabes. Nos seus cálculos, o município tem hoje quase 3 milhões de reais a mais na folha bruta. "Do jeito que está, 13º não terá. Se minhas contas fossem julgadas hoje estariam rejeitadas", disse.
O prefeito de Ilhéus também acusa o Partido dos Trabalhadores pelo caos encontrado e de estar, de forma indireta, comando da greve. E disse que vai levar a situação ao governador Jaques Wagner, que é do partido. "Vou levar este debate a Salvador. Vou reunir o meu partido e também levar o problema ao conselho político (o conselho político é composto por representantes do governo estadual e dos partidos que formam a base aliada)", anunciou.
As críticas do prefeito também foram direcionadas ao movimento Reúne Ilhéus, que insiste em acampar à porta da Prefeitura. " Este é um outro movimento que tem conteúdo político, uma manipulação clara de alguns setores. O movimento tem líder mas não tem responsável", criticou. Para Jabes, os estudantes promovem um ato arrogante a permanecer na Prefeitura. "Eu preciso trabalhar", sentenciou. De acordo com o prefeito, com a greve dos servidores e o acampamento dos jovens, a arrecadação municipal caiu de 90 mil reais por dia para apenas 5 mil.
JBO
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